Ficha Técnica
Seleção de textos, adaptação e atuação: Wilmar Amaral
Direção: Daniel Archangelo
Assistente de direção: Ana Cecília Reis
Trilha sonora: Wilmar Amaral
Cenografo: Carlos Augusto Campos
Cenografos Assistentes: Bosco Bedeschi e Eduardo Fevereiro
Iluminação: Daniel Archangelo
Produção: Wilmar Amaral Produções Culturais Ltda.
"A boa essência do teatro"
“O lugar do passado” reúne os melhores valores do teatro: um ator, em cena, interpretando um personagem e, através dele, contando uma história. Dirigido por Daniel Archangelo, o monólogo interpretado por Wilmar Amaral parte de dois contos célebres da literatura brasileira: “Noite de almirante”, de Machado de Assis; e “Viagem aos seios de Duília”, de Aníbal Machado. Em cartaz no teatro Sesc Casa da Gávea, a peça tem excelente interpretação e direção, mas, sem dúvidas, um brilhante trabalho de desenho de luz assinado pelo diretor". Crítica de Rodrigo Monteiro
" A interpretação de Wilmar Amaral é tocante. A maquiagem sóbria não esconde as rugas e o cabelo branco do intérprete, ratificando o realismo psicológico que melhor nos ajudam a ler os contos originais aqui transpostos. Os movimentos lentos, a retórica perfeita, o tom de voz ágil mas ainda delicado valorizam a beleza da literatura do entre séculos. O sabor das palavras entretinha o público leitor assim como seus significados, daí a descrição funcionar como recurso argumentativo da história que se conta. A adaptação de Amaral da literatura para o teatro valoriza as duas artes positivamente para o público". Crítica de Rodrigo Monteiro
"A direção de Daniel Archangelo faz correr o ritmo no texto, trabalhando com as imagens que as palavras podem construir (e constroem). Por outro lado, faz alentar os tempos no gestual, criando imagens com o cenário e com a luz cujas belezas permitem respirar, fruir as narrativas, se identificar e responder. Os detalhes são minuciosos e a estrutura, apesar de aparentemente simples, é complexa, e positiva porque, assim, representa bem o homem, esse também um animal não superficial.
O terno cinza com colete equilibra bem o tom madeira expresso na mala, no banco e na árvore. A superfície seca do papel pode dar a ver a aridez das vidas que se abstém do amor até o limite. E também pode representar a velhice para o qual se dirigiu o marinheiro e onde chegou o funcionário público. O jogo de luzes de Archangelo cria quadros de beleza singular que oxigenam a história e lhe dá impulso, aumentando o seu valor já alto.
Há que se saber que Wilmar Amaral, cujo trabalho interpretativo foi elogiado, se tornou ator há menos de dez anos apesar de sua idade já avançada. Considerando as histórias de coragem contadas em “O lugar do passado”, essa informação permanece não sendo essencial, mas, sem dúvida, pode ser uma preciosa cereja. Aplausos!" Crítica de Rodrigo Monteiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário